“Um país se faz com homens e livros”. (Monteiro Lobato)
"Quando a última árvore houver caído, quando o último rio houver secado, quando o último peixe for pescado, você vai entender, homem insensato, que dinheiro não se come."
Holocausto Livro recomendado: O Diário de Anne Frank.
Fragmento do livro
Sexta‑feira, 9 de Outubro de 1942 Querida Kitty! Hoje só te posso dar notícias tristes e deprimentes. Os nossos amigos e conhecidos judaicos são deportados em massa. A Gestapo trata‑os sem a menor consideração. Em vagões de gado leva‑os para Vesterbork, o campo para judeus. Westerbork deve ser um sítio horrível. Estão lá milhares de pessoas e nem há sequer lavatórios nem W.C. que, de longe, cheguem para todos. Conta‑se que as pessoas dormem em barracas, homens, mulheres e crianças, todos misturados. Não podem fugir: quase todos se podem identificar pelas cabeças rapadas ou então pelo seu tipo judaico. Se já na Holanda as coisas se passam deste modo, como há‑de ser então nos sítios longínquos para onde levam essa gente? A emissora inglesa fala de câmaras de gás. [...] Tua Anne.
Manuel Bandeira
Irene no Céu
Irene no Céu Irene preta Irene boa Irene sempre de bom humor. Imagino Irene entrando no céu:- Licença, meu branco! E São Pedro bonachão:- Entra, Irene. Você não precisa pedir licença. Muitos leitores de Manuel Bandeira parecem considerar Irene no Céu como uma homenagem à mulher negra, talvez mesmo um texto que redime a velha figura da mãe preta, tão presente na vida social brasileira no tempo da escravidão e nos anos seguintes. Esses leitores entendem que o poema enaltece Irene ao representar a deferência de São Pedro, porteiro do céu, em relação a ela. No entanto, para outros leitores, a caracterização de Irene como uma preta "boa" e "sempre de bom humor" incomoda. Um dos que entraram na discussão do significado do poema de Bandeira foi o poeta Márcio Barbosa que o retoma, numa espécie de paródia: O que não dizia o poeminha do Manuel: Irene preta! Boa Irene um amor mas nem sempre Irene está de bom humor Se existisse mesmo o Céu imagino Irene à porta:- Pela entrada de serviço - diz S. Pedro dedo em riste - Pro inferno, seu racista - ela corta. Irene não dá bandeira ela não é de brincadeira Este poema de Márcio Barbosa é um exemplo muito sugestivo da intertextualidade que marca a literatura.
Colégio Estadual Visconde de Cairu
Lembranças do Colégio
Estudei no Cairu nos anos de l963 a 1970. Lembro-me dos bondes apontando na Rua Soares e tomados por dezenas de estudantes que transbordavam dos seus estribos. A curva era o ponto limite para pular antes que o bonde sumisse portão adentro da garagem que ficava ali mesmo em frente ao colégio. Lembro-me da frase de resistência grafada a piche no muro: “A inteligência não está no comprimento dos cabelos e, sim, no cérebro." Lembro-me da greve das minissaias e da Soninha dizendo na televisão: - “Se elas ainda tivessem pernas bonitas para mostrar!" A Soninha era a Chiavazoli, bonita, libertária e reacionária, tudo ao mesmo tempo. A menina podia dizer aquilo... Era possuidora das mais belas pernas da escola. Lembro-me da Verinha, minha amiga Vera, que morava no Irajá e por quem, algumas vezes, eu pensei estar apaixonado . Lembro-me dos encapetados gêmeos Francisco e Luiz Eduardo, do Leonel que morava nos fundos do colégio e da Marcinha campeã de queimado. Lembro-me do Iguatemi, do César, do Wilson Flores, da Joyce, a cantora, da Gisele. Lembro-me da linda menina negra que tocava pratos na banda. Lembro-me do temido diretor Enéas invadindo o banheiro dos meninos e dando suspensão aos fumantes. Lembro-me do seu Frutuoso e da paciente Dna. Neide, inspetora do 5º andar. Lembro-me do Pena Firme, ao piano, tocando A Primeira Missa no Brasil. As crianças gritavam e batiam na boca com se fossem índios. Lembro-me dos concertos da Banda Sinfônica dos Bombeiros e do Maestro Otoni Benvenuto. Lembro-me do cuscuz e do quebra-queixo da esquina. Lembro-me de minha tia vendendo cocadas na porta do colégio. Lembro-me das porradas com os “alemães” do Pedro II e do SENAI. Lembro-me das boas notas e das pequenas grandes vitórias. Lembro-me dos bons professores, modelos que habitam minhas memórias e que copio sem me dar conta. Lembro-me de tantas coisas e de tantas pessoas... Tenho a certeza de que aqueles anos no Cairu deixaram-me marcas indeléveis e forjaram o meu caráter. Ivan B Santos.
Oceano de plástico.
Por Cyro Watari (Contribuiçao da Prof. Clarice Nogueira de Sá) No ano passado, escrevi uma matéria para o informativo da escola Monteiro Lobato de São José dos Campos sobre os problemas que os sacos plásticos geram na natureza: - O mundo consome um milhão de sacos plásticos por minuto, o que significa quase 1,5 bilhões por dia e mais de 500 bilhões por ano. - É o resíduo que mais polui as cidades e os campos. Prejudica a vida animal, entope a drenagem urbana e rios, contribuindo para inundações - A cada mês, mais de um bilhão de sacos plásticos são distribuídos pelos supermercados no Brasil. Isto significa 12 bilhões por ano ou 66 sacos para cada brasileiro por mês. - Em um segundo é fabricado a sacola plástica convencional, onde utilizamos por aproximadamente uma hora e a natureza leva 500 anos para decompor.
Todas essas informações são assustadoras e sempre penso onde isso vai parar! E dias desse pesquisando na net, não é que acabei descobrindo a resposta? Fiquei chocado com o que ví! Encontrei vários artigos com o título “Sopa de plástico” e olha só do que se trata:
O oceanógrafo americano Charles Moore participava de uma regata no Oceano Pacífico entre a costa da Califórnia e o Havaí, quando se deparou com um gigantesco depósito de lixo flutuante. Durante vários dias navegando, a única visão que ele tinha era essa colossal superfície formada em 90% de tudo quanto é derivado de plástico.
Estudos preliminares revelam que a “sopa plástica” já existe a mais de 15 anos e é causado pela combinação de dois fatores: a ação humana e a ação da natureza, ou seja, o lixo plástico descartado pelo homem em todo planeta e o agrupamento deste por influência das correntes marítimas. Estima-se que a mancha formada no oceano seja constituída por cerca de 100 milhões de toneladas, cobrindo uma área duas vezes ao tamanho dos Estados Unidos e com aproximadamente 10 metros de espessura. As conseqüências de todo esse detrito é a morte de mais de um milhão de aves e de outros 100 mil mamíferos marinhos devido à ingestão ou por aprisionamento. Resta saber, o que e quando será feito para ao menos minimizar todo esse estrago. Enquanto isso não acontece, vale cada um de nós fazermos a nossa parte, reduzindo o consumo que geram resíduos plásticos, reciclando e ajudando de algum modo a preservar o planeta.
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